sexta-feira, 13 de abril de 2012

sábado, 7 de abril de 2012

Tio Sukita Estiloso

O tênis conga azul com sola de plástico não combinava nem um pouco com a meia preta de banlon. A camiseta era branca, sem manga da Hering, muito utilizada nas aulas de Educação Física das escolas nos anos 70. A calção também era de banlon azul. No inverno ele não tinha dúvida. Pegava a cacharrel e quando o frio apertava mais ainda, ele sacava japona do armário. Certa vez foi jogar com uma bola de plástico dente de leite e com um kichute, aquele da trava de borracha. No intervalo dos jogos no bairro brincava de peteca feita com pena de galo. Com este estilo esporte modernoso, muita cera no ouvido, ramela de três dias, um certo engenherado causou espanto nos seus colegas de trabalho nos primeiros dias na empresa. Observando a estampa do elemento, os amigos do trabalho não tiveram dúvida: é o Tio Ervino, o tio do Guni. Acho que Tio Sukita fica melhor. Ele entrou no Engenherados há duas semanas, mas está no estaleiro para reparos na estrutura. Nosso jogador Tio Sukita retornará em breve.

Aqui vocês encontram o Tio Sukita como era antes.

http://www.youtube.com/watch?v=twBauZ4GOWE
http://www.youtube.com/watch?v=Qk8sOfMjzJo&feature=related

Depois de um serviço de consultoria altamente remunerado feito por este blogueiro charmoso, Tio Sukita ficou assim:
http://www.youtube.com/watch?v=hyywzSWUP7Y&feature=related

Era Uma Vez no Oeste - Parte 2

Depois de 90 Km os cavalos chegaram esgualepados no rancho do Estrela. Ficamos muito faceiros logo de vereda, pois os compadres já estavam com o copo e garrafa nas mãos esperando os pinguços joinvillenses. Depois de enxaguar o pescoço com a gelada, estávamos prontos para estufar as redes do Estrela. E não foi? No primeiro tempo o Chucrute, o Bicão e o Boca de Burro fizeram nossos três gols. O primeiro tempo fechou tem 3x1. Os estrelianos ficaram de boca aberta com nosso futebol envolvente. No intervalo, o chefão do Estrela, o Japa fez o cálculo da raiz quadrada de 25 no gramado para mostrar como era intelijudo. Ficamos assustados, pois ainda não tínhamos conseguido e mais: ele prometeu não comprar mais ferramentas do Pinguço caso ganhássemos o jogo. Afinal, era muita sacanagem irem nos buscar, oferecer cerveja e perder o jogo. Era demais para o zóio puchado. A coisa ficou preta, tanto que o Japa acendeu os refletores do espetacular Estrelão.O resultado do jogo é apenas um detalhe. Optamos por aliviar a barra do Pinguço e deixamos o jogo facinho para os caras. O destaque para o jogo foi eu mesmo. Desculpem a modéstia, mas eu prometi que jogaria mesmo com o pé direito completamente inutilizado...Tudo bem que era apenas um dedo problemático, mas eu não podia dar caneladas, nem chutão, nem bicão, nem arrancar toiceras de grama e muito menos fazer gols, muitos gols. Então...Eu percebi que estava tabelando barbaridade em terras paranaenses apenas com o pé esquerdo. Coisa de cinema: um atleta numa dedicação incrível ao time, superando os adversários e as dores. É o bicho. Ao final do jogo, o Java estava muito faceiro e o Pinguço se livrou de ficar pobre com a nossa colaboração diligente. Para mostrar que não guardava rancor do nosso atrevimento, o Japa ofereceu um bóia espetacular regada a uma boa gelada. A conversa estava muito boa, com temas muito edificantes, ótimos para a formação do caráter. Quantas garrafas foram consumidas? Acho que todas. Havia uma pinga de alambique de matar o guarda. Zeramos o barrilzinho. É que fazia muito calor e a sede, por conseguinte, tornou-se intensa e precisava ser aliviada. Os jogadores do Estrela prometeram ir perder em Joinville dia destes. Nossa diligência chegou, fizemos um estoque básico de cerveja e rapamos. Os molóides logo dormiram. Eu o Pinguço mantivemos uma conversa muito produtiva sobre temas diversos do mundo contemporâneo. Outros jogadores ficaram a apreciar as habilidades vocais da Paula Fernandes. Havia alguns que estavam a apreciar outras qualidades da referida senhorita. A diligência fez uma breve parada para que os pinguços pegassem cada um sua garrafa de rum, enquanto eu comprava um pacote da Super Paçoca. Comi aquela coisa e fiquei acordado três dias. Fim da viagem e muita gente no bagaço, exceto eu e o Pinguço que nos comportamos como pessoas civilizadas. Próximo jogo dia 14 de abril.

domingo, 1 de abril de 2012

Era Uma Vez no Oeste - Parte 1

Às vezes é preciso recorrer à ficção para contar "causos" verdadeiros. Quando o ambiente é hostil, cada um luta com as armas que dispõe, tal qual faziam os mocinhos e os bandidos no filme Era Uma Vez no Oeste. Dito isto, vamos ao jogo do último sábado em Curitiba. A saída de Joinville atrasou um pouco dada a atuação do  Rei do Atraso, o Guni. O Tarcizão foi rebaixado a Vice-Rei do Atraso - são novos tempos. A viagem seguia tranquila quando no topo da serra, os nativos que ocupam aquela cabana azul na beira da estrada resolveram dar uma espiada na nossa diligência. Os nativos são aqueles senhores amistosos e educados barbaridade que distribuem bilhetinhos afetuosos para os cocheiros, especialmente, quando estes fazem alguma besteira ou não dispõe da documentação necessária da diligência e ou não limpam o cocô do cavalo, estas coisas.... Quando recebem estes bilhetinhos os cocheiros ficam furiosos, pois gostam mesmo é de passar reto da cabana. O nativo mais invocado botou o cabeça para dentro da nossa diligência, olhou para nós com cara de mau, conferiu as ferraduras do cavalos e finalmente perguntou desfiador para o cocheiro: "- Qual a raiz quadrada de 25?" Nós que não sabemos calcular a raiz mesmo com a ajuda da calculadora, fizemos aquela cara de paisagem e depois olhamos ansiosos para o cocheiro esperando a resposta. O cocheiro ficou mais branco que trigo e o nativo malvado nos convidou para tomar um café na cabana. Enquanto o colega dele se divertia no Facebook, o malvado catava milho no computador. Nosso cocheiro estava tão nervoso que já tinha roído até a unha do dedão do pé. Os nativos queriam que nós ficassemos por ali batendo papo e tal, mas como tínhamos um compromisso optamos ficar apenas duas horas. Eles gostaram mesmo é do Jé e queriam que este quéra lajense ficasse para a janta. Não entendemos o porquê, afinal o Jé é um lageano feioso. Mas, vai entender cabeça de nativo. O Tio do alto dos seus 303 anos de conversador barbaridade, convenceu os caras que o Jé é, de fato, muito feioso, no que eles acreditaram e mandaram o cidadão do Morro do Posto rapar logo. Para quem não conhece o Morro Posto é o bairro onde o Jé fora da lei aprendeu a matar passarinho com funda, onde andou muito de carrinho do rolamento e onde também quebrou muito vidraça na pedrada. Tinha também o hábito de levantar a saia das meninas e sair correndo, coisa de piá. Sigamos. O nativo queria dar a filha gorda banguela para o Dit, mas o Tio (de novo) convenceu ele que o Chucrute está numa dieta vegetariana braba e  bebendo apenas destilados. O Guni com seu chapéu de Zé Buscapé ficou ali observando o movimento para ver se achava uma alemoa para dar uns beijo de língua. Mas, como também é feio demais não pegou nada. Até uma barangona mais feia que já eu vi na vida não quis encarar o Guni. Ele foi rejeitado até mesmo pela filha banguela do nativo. Para piorar, depois de comer um ovo cozido em conserva no boteco, ficou com uma gaganeira daquelas e correu pro mato para adubar a terra paranaense. Mas esqueçamos por uns instantes a maré azarada do mancebo. O chefão nativo entendeu que nossa diligência não poderia seguir viagem por que os cavalos  - coitados - estavam todos esgualepados e o cocheiro ainda não tinha conseguido calcular a raiz de 25. Fizemos um fogo no mato e começamos a fazer sinal de fumaça prá todo mundo, na sorte que algum vivente podesse nos buscar na serra. Alguns engraçadinhos estavam fazendo troça da nossa desgraça, mas não achamos a menor graça. Mas, a culpa é do Cabreúva que além de engenheiro, é "adevogado" e poderia ter argumentado melhor com o nativo beiçudo, mas ele não foi por que tinha cuidar do cachorro e limpar a casa. Também estava com medinho de levar na cabeça o rolo de macarrão da patroa. Como o vento estava soprando para o lado de Curitiba, nossos sinais de fumaça chegaram  para os jogadores do time adversário, o Estrela (não confundam com o Estrela da Vila Baumer). Depois de acharem muita graça do nosso drama, os quéras pegaram os cavalos e as carroças e vieram nos buscar. Ah, o nosso cocheiro levou uns cascudos do nativo ranzinza e rapou, solito no más de volta para Joinville. O grão nativo estava mais intolerante que o Saraiva A saga continua na Parte 2 que vou escrever depois, pois neste momento estou agarrado num pratão de feijão, afinal este Domesticado Guapeca da Paz está com muita fome.